sábado, 10 de março de 2012

Teu ventre de maré cheia; Vinha em ondas me puxar; Eram-me os dedos de areia; Eram-te os lábios de sal.

E ponho-me a cismar… – mulher, como te expandes! Que imensa és tu! maior que o mar, maior que a infância!

E durmo escutando em vão; O silêncio.

Na melancolia de teus olhos; Eu sinto a noite se inclinar; E ouço as cantigas antigas; Do mar.

"...e que ter medo de amar, não faz ninguém feliz..."

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura. Essa intimidade perfeita com o silêncio...

Amar é querer estar perto, se longe; e mais perto, se perto.

Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém.

De manhã escureço; De dia tardo; De tarde anoiteço; De noite ardo.

Tomara; Que você volte depressa; Que você não se despeça; Nunca mais do meu carinho (...)

Vinícius de Moraes

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