sábado, 20 de agosto de 2011

Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos.

Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei.

Você é perua? A pergunta interrompeu minha frescura e um pouco de nojo e eu respondi, orgulhosa dos cravos dele: claro que não.

Ele me pediu desculpas e eu quis socar o nariz dele.

Concordamos que o vício pela paixão era estúpido e que conviver solitariamente com nosso umbigo era desumano.

O carinho dele partia do meu antebraço para as mãos, como se escorresse do meu coração e não mais o enchesse.

Ele saiu do carro envolto numa atmosfera de cervejas e fumaças já digeridas e outros tantos desejos que não iríamos mais digerir.

Sempre que meu cabelo fica cheirando comida bochecho com shampoo e saio pra vida. Não existe perfeição, mas vale a pena tentar o equilíbrio.


Tati Bernardi

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